Introdução
A
soteriologia de John Wesley será abordada neste livro. Serão focadas não
somente algumas partes do entendimento salvífico de Wesley, mas sim o todo, que
não fica restrito a algo intimista ou pessoal, mas também a algo social,
expresso em boas obras que Deus preparou antes para que as pratiquemos (Ef
2:10)
É
meio que notório vermos pessoas que focam no conteúdo ortodoxo, na defesa da
doutrina correta, não se importarem muito com a questão social. Quando se
importam, é mais para uma isca para evangelizar. Não é isto que vemos em Jesus
que, como sabemos, fazia obras de misericórdia mesmo sabendo que os
beneficiários dessas obras não O seguiriam.
Por
outra parte, vemos pessoas se preocupam somente com a questão da ação social,
relegando a segundo ou terceiro plano a questão evangelizadora, de salvação da
alma. Pregar que Jesus é o único caminho de salvação, a única verdade e a vida
dentre tantas ofertas de crenças que há no mundo é pregar o que as Escrituras
dizem (Jo 14:6). Permanecer no pecado, portanto, não salvo, é não crer em Jesus
(Jo 16:9). Não devemos omitir essa informação crucial para a salvação das
pessoas ao enfatizar e pregar somente a responsabilidade social.
Todos
os que conhecem bem a história dos irmãos Wesley e do metodismo primitivo,
podem constatar que a preocupação imensa e intensa com as duas questões
abordadas anteriormente era rotineira entre eles. Wesley mencionava na questão de
crença, que os metodistas deveriam crer no que todos os outros grupos cristãos
ortodoxos creem, a saber, na autoridade da Bíblia, na encarnação de Jesus
Cristo, no Seu nascimento virginal, na Sua ressurreição física, na Trindade, na
justificação pela fé, na santidade como princípio de vida e outros. Ele
mencionava na questão prática que os metodistas deveriam praticar obras de
piedade e obras de misericórdia. As obras de piedade são os atos de ler as
Escrituras todos os dias, orar sem cessar, jejuar e similares, enquanto que as
obras de misericórdias são atos de ajudar aos necessitados, sejam em alimentar
o faminto, visitar os presos e doentes, vestir o nu, acolher os forasteiros e
similares.
Nos
dois primeiros capítulos desta obra, a questão de crença correta é enfatizada,
acerca de como acontece a salvação no entendimento armínio-wesleyano e como a
graça divina atua para que a salvação seja realizada.
No
último capítulo, a questão social é destacada. A preocupação social de Wesley é
exposta, principalmente na preocupação não somente de John, mas de Charles
Wesley para com os pobres e desprovidos de remuneração adequada para viver. A
preocupação com os negros escravizados era recorrente em seus escritos, como
veremos.
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