Antes de tudo, gostaria de salientar que é necessário, para uma melhor compreensão da perfeição cristã, no entendimento de John Wesley ler os sermões 40 (Perfeição Cristã), 41 (Os Pensamentos Errantes) e o livro Explicação Clara da Perfeição Cristã. Todos os e-books gratuitos estão no site da Metodista de Vila Isabel.
Sobre a doutrina, Wesley menciona o que não significa perfeição cristã. Não significa que se possa ficar isento de ignorância, ou seja, a pessoa perfeita não conhecerá os desígnios de Deus por completo. Isso não se dará. Não significa que conhecerá o Senhor perfeitamente e que saberá de detalhes quanto à Sua vinda e afins. Perfeição, conforme esta doutrina, não implica em impecabilidade, mas sim, como será mostrado, que o pecado voluntário não faz parte do nascido de novo que alcançou a perfeição.
O erro se faz presente na pessoa perfeita (por mais que pareça contraditório). Wesley cita que "conhecemos em parte" (1 Co 13:9), logo, podemos errar na outra parte que não conhecemos. Wesley assevera: "Mas, em coisas não essenciais à salvação, erram, e erram frequentemente" (Sermão 40, parte 1, ponto 4). Os que alcançaram a perfeição não possuem a interpretação correta de todas as passagens das Escrituras e não estão livres de fraquezas não morais como morosidade de entendimento, obtsusidade ou confusão de compreensão, incoerência de pensamento e afins (Sermão 40, parte 1, ponto 7). Muito menos há uma libertação das tentações.
Sobre o que é perfeição cristã, Wesley aborda que os justificados têm o seu velho homem crucificado, seu corpo do pecado destruídos (Rm 6:6) e estão mortos para o pecado (Rm 6:11). Wesley enfatiza que temos que levar em conta seriamente esses versos. Efésios 4:13, Lucas 6:40, Fp 3:15 abordam que somos perfeitos. Jesus, em Mateus 5:48, ordena que sejamos perfeitos como o Pai é perfeito.
Sobre Mateus 11:11: " Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele", Wesley entende que até João Batista, ou seja, até o surgimento da Graça, o menor cristão é maior que João Batista. Já, entre os judeus, João Batista foi o maior. Qualquer cristão que viva no período da Graça é maior que João Batista, o maior do período pré-Graça.
Sobre Salomão ter escrito que não há homem que não peque (1 Re 8:46; 2 Cr 6:36), Wesley entende, como acima, que, no período da Lei, não havia homem que não pecasse, pois a Graça de Cristo não havia surgido na Terra.
Sobre Paulo (no caso da discussão com Barnabé) e Pedro (no caso de sua dissimulação em Gálatas), não há indício escriturístico de que eles pecaram necessariamente. Eles pecaram, sem dúvida, mas não seguiram pecando, pois entrariam em contradição com João em 1 Jo 5:18.
Por fim, Wesley assevera que Jesus não teve e não tem pensamentos maus. Então, como Jesus mesmo disse que "todo que é perfeito é como seu Senhor" (Lc 6:40), 1. Somos perfeitos. 2. Somos como o Senhor, logo. 3. Não devemos ter pensamentos maus.
Wesley, e todos os crentes na perfeição cristã, deleitam-se nesta doutrina porque nos estimula à santidade. Não há espaços para legalismos, pois Wesley e os wesleyanos seguem o princípio moral da santidade, e não o aspecto regimental de culturas.
Em Cristo,
Marlon Marques
Muito bom!
ResponderExcluirEstou aprendendo sobre isso e até agora tenho achado muito coerente com a palavra. Obrigada pelo estudo.
ResponderExcluirConteúdo fantástico. Deus é maravilhoso.
ResponderExcluirConteúdo fantástico. Deus é maravilhoso.
ResponderExcluirNao pecar voluntariamente
ResponderExcluirAinda estou tentando entender
ResponderExcluirAinda estou tentando entender
ResponderExcluirBem... como sempre, textos isolados organizadamente afim de afirmar uma teoria sempre há de está em concordância. O que não condizer com a tese proposta há de ficar fora. As implicações dessa doutrina são diversas, por exemplo: demonstra que somente há pecado involuntário (incosciente) no crente perfeito, assim, quem praticou tal ato? Ou foi ele ou outro ser contido nele. Logo, o que importa para o juízo é o pecado deliberado. Será possível irmos até ao fim sem pecarmos voluntariamente? Podemos bancarmo-nos durante todo o tempo da nossa jornada? Não sei... talvez seja uma utopia de alguém sincero, porém equivocado. Outra: convém arrependermos de pecados não deliberadamente cometidos? Ora, se não, então só haverá um único arrependimento - o do momento da conversão! E o perdão? Também será um só! Visto que não irei jamais pecar decididamente, então não precisaremos de arrependimento e nem de perdão, a não ser para o inconsciente.
ResponderExcluirUnknown, seria bom comentar sem o anonimato. Não são textos isolados. Sua indagação sobre quem praticou tal ato acerca de pocados involuntários não é uma pergunta relevante. Creio que você sabe que algo involuntário é praticado por alguém. Quando você indaga se é possível viver sem pecar voluntariamente, acredito que pode haver sim essa possibilidade. Não é uma possibilidade natural, mas sim por meio da graça de Deus. Contudo, o maior cerne da perfeição cristã é viver em amor para com Deus e para com o próximo.
ExcluirQuantas contradicões neste texto meu irmão.
ResponderExcluirSeria pertinente apontá-las.
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