A doutrina da perfeição cristã não é uma característica somente das igrejas de tradição wesleyana, como a Metodista, Metodista Livre, Igreja do Nazareno, Exército de Salvação, Igreja Holiness e outras. Esta doutrina teve guarida entre os pentecostais também. É um fato que, infelizmente, muitos irmãos pentecostais desconhecem.
Os pais do pentecostalismo, Charles Fox Parham e William Seymour, eram de tradição wesleyana e criam na perfeição cristã (veja outros posts deste blog sobre esta doutrina), pois eram membros das igrejas do Movimento Wesleyano de Santidade que teve início em meados do século XIX. Infelizmente, embora os pais do pentecostalismo cressem nesta doutrina, a maior denominação pentecostal não só do Brasil, mas do mundo, Assembleia de Deus, não preservou a crença na perfeição cristã. Preferiram seguir a doutrina da obra consumada da graça (doutrina oposta a da perfeição cristã) de William Durham.
A maior igreja pentecostal dos Estados Unidos, entretanto, é a Church of God in Christ (COGIC), ou seja, a Igreja de Deus em Cristo, que crê na perfeição cristã. Nos Estados Unidos a Assembly of God, que é a Assembleia de Deus, possui em torno de 3 milhões de membros, enquanto que a Igreja de Deus em Cristo possui em torno de 5 milhões de membros.
Como os pentecostais wesleyanos (os que creem na doutrina da perfeição cristã) creem nesta doutrina?
Os wesleyanos creem que depois da conversão, sendo logo, pouco tempo depois ou um tempo depois, aqueles que buscam a santidade e o viver santo seriam inteiramente santificados, sendo isto o alcance da perfeição cristã (enfatizo que não quer dizer que a pessoa torna-se impecável), a conhecida segunda obra da graça, obra esta depois da primeira obra da graça, que é a conversão. Já os pentecostais wesleyanos creem na terceira obra da graça, que é o batismo com/no Espírito Santo, que acontece depois da primeira (conversão) e segunda (inteira santificação) obras da graça.
Graça e Paz
Show! Precisamos escrever mais sobre isso. Existe muito pouco material em português sobre o assunto. Parabéns!
ResponderExcluirEscrevamos mais sobre nossa rica e impactante teologia wesleyana, rev. Luís Felipe. Principalmente nós que somos líderes nas nossas igrejas de tradição wesleyana.
ExcluirMarlom, parabéns pelo artigo, mas pelo menos a AD no Brasil não enfatizou a doutrina de vida santa que seria o equivalente a doutrina da perfeição cristã?
ResponderExcluirValdemir, as Assembleias de Deus expurgaram a crença na perfeição cristã. O saudoso Stanley Horton no livro Cinco Perspectivas sobre Santificação, organizado pelo Stanley Gundry e publicado no Brasil pela editora Vida, aborda que os pentecostais rejeitam a doutrina da perfeição cristã, embora reconheça a origem wesleyana do pentecostalismo.
ExcluirMuito bom. Parabéns Marlon! Como pentecostal, me identifico muito com Wesley, sua teologia, e principalmente com a história do metodismo. Com relação ao conteúdo do post, eu não sabia dessas informações. Vou recomendar esse blog no meu, pois o assuntos me agradam, e fazem parte das origens das minhas crenças pentecostais.
ResponderExcluirGrato pelo seu comentário e recomendação, Carlos Roberto. A teologia wesleyana e a pentecostal têm muito em comum.
ExcluirSe a perfeição cristã não torna a pessoal impecável, o que significa estar inteiramente santificado? Um ser inteiramente santo poderia pecar às vezes?
ResponderExcluirInteiramente santificado é o momento em que a pessoa deixa de pecar voluntariamente e age conforme o amor em todas as situações. Nas postagens anteriores há artigos sobre a perfeição cristã.
ExcluirInteiramente santificado é o momento em que a pessoa deixa de pecar voluntariamente e age conforme o amor em todas as situações. Nas postagens anteriores há artigos sobre a perfeição cristã.
ResponderExcluirArtigo muito interessante e enriquecedor.
ResponderExcluirObrigado, meu irmão.
ExcluirArtigo muito instigante, Marlon! Assim como o Pb. Carlos, sou admirador da teologia wesleyana, mas desconhecia as especificidades da doutrina da perfeição cristã. Destituído de qualquer preconceito, baixei a "Explicação clara da Perfeição Cristã" e vou apreciá-la com respeito. Parabéns pelo resgate às raízes do Metodismo!
ResponderExcluirObrigado, meu irmão. Siga acompanhando.
ExcluirMaravilha os conteúdos desse blog.
ResponderExcluirMaravilha os conteúdos desse blog.
ResponderExcluirMaravilha os conteúdos desse blog.
ResponderExcluirIrmão Marlon, faz um bom tempo que procuro algum norte sobre a doutrina da perfeição cristã no meio pentecostal, pois não sabia como essa doutrina era vista pelos pentecostais, e esse texto é exatamente o que eu buscava. Eu particularmente me identificava como armínio-wesleyano somente na soteriologia e pentecostal na pneumatologia, porém não vejo razões para que a doutrina da perfeição cristã seja antibiblica. Ou seja, creio que posso me considerar wesleyano tanto na soteriologia como na pneumatologia, ainda sendo pentecostal.
ResponderExcluirObrigado pelo texto! Excelente!
Irmão Marlon, faz um bom tempo que procuro algum norte sobre a doutrina da perfeição cristã no meio pentecostal, pois não sabia como essa doutrina era vista pelos pentecostais, e esse texto é exatamente o que eu buscava. Eu particularmente me identificava como armínio-wesleyano somente na soteriologia e pentecostal na pneumatologia, porém não vejo razões para que a doutrina da perfeição cristã seja antibiblica. Ou seja, creio que posso me considerar wesleyano tanto na soteriologia como na pneumatologia, ainda sendo pentecostal.
ResponderExcluirObrigado pelo texto! Excelente!